Francisco de Paula Ramos de Azevedo
Filho de uma
tradicional família de Campinas, Francisco de Paula Ramos de Azevedo foi um dos
maiores arquitetos da história brasileira. Ramos de Azevedo nasceu em São Paulo
no dia 8 de dezembro de 1851, já que sua mãe, Ana Carolina de Azevedo teve que
se mudar para a capital devido ao problema de saúde de sua irmã.
Entretanto,
mesmo nascendo em São Paulo, o filho do Major João Martins de Azevedo passou a
sua infância e adolescência em Campinas. Em 1878, Ramos de Azevedo formou-se
engenheiro arquiteto na Bélgica, pela escola École Speciale du Génie Civil et
des Arts et Manufactures Annescée da Universidade de Grand e, nesse mesmo ano,
seus trabalhos foram apresentados na Exposição Universal de Paris.
No ano seguinte,
Ramos de Azevedo retorna à Campinas onde estabeleceu seu primeiro escritório
profissional. Com a ajuda de seu pai, suas obras começaram a se destacar na
região, já que o Major promovia as construções do filho nos jornais. O projeto
da escola Ferreira Penteado em 1880, a finalização da Catedral de Campinas em
1883 e o matadouro da cidade foram grandes obras idealizadas por Ramos de
Azevedo.
Entretanto, a
conclusão da igreja Matriz de Campinas foi a responsável pelo sucesso do
arquiteto em São Paulo. Durante a obra, Ramos de Azevedo conheceu o Visconde de
Indaiatuba que, em 1886, o convida para projetar o Prédio do Tesouro, sua
primeira obra de edifício público feito na capital paulista. Em seguida,
projetou o Quartel da Polícia, em 1888; a Escola Normal em 1890-94; o Jardim da
Infância em 1896; a Escola Politécnica em 1895; o Teatro Municipal em 1903-11,
entre outras obras de grande importância para a arquitetura de São Paulo.
Ramos de Azevedo
era uma personalidade muito influente em seu meio, além de arquiteto e chefe da
F. P. Ramos de Azevedo, também possuiu grande destaque como professor da Escola
Politécnica de São Paulo, tornando-se, posteriormente, vice-diretor e diretor.
Atuou também como Diretor da Companhia de Cerâmica da Vila Prudente da
Suburbana Paulista, do Liceu de Artes e Ofícios e da Companhia Mogyana de
estrada de ferro. Ramos de Azevedo foi conselheiro do banco Ítalo-Belga, da
Sociedade Paulista de Agricultura, da Caixa Econômica de São Paulo, da Comissão
Administrativa do Teatro Municipal e, por fim, presidente do Instituto de Engenharia
e da Comissão de Obras da Santa Casa Misericórdia.
O escritório F.
P.Ramos de Azevedo não ficou famoso apenas por suas importantes obras, mas
também, por contar com diversos profissionais renomados de engenharia e
arquitetura que trabalhavam sob a direção de Ramos de Azevedo.
Qualidade Técnica
As obras de
Ramos de Azevedo se destacavam dos outros arquitetos da época pela presença do
funcionalismo. Utilizou técnicas consideradas modernas na época, como por
exemplo, a Beaux-Arts, estilo
arquitetônico que combina influencias gregas e romanas com os ideais
renascentistas, unindo o estilo à funcionalidade. Os projetos de Ramos de
Azevedo possuíam coerência em sua totalidade, os espaços eram organizados de
acordo com a sua função prática. Em suas obras residenciais, o arquiteto atuava
com maior liberdade de estilo, entretanto, não deixava a funcionalidade de
lado, levando em consideração o conforto, iluminação e distribuição da área.
Ramos de Azevedo
inovou ao implantar uma das primeiras indústrias de telhas e tijolos de São
Paulo. Dessa forma, o arquiteto utiliza alvenaria de tijolo ao invés da taipa, transformando a estética da capital paulista, que passou a
ser considerada moderna e cosmopolita, com certos padrões de conforto europeus.
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